A fava é uma
leguminosa anual, suporta bem o frio e por isso pode ser plantada no final do
Outono. Existem diversas variedades de favas, nós aqui semeamos aquelas que
atingem 1,5 m de altura e com um ciclo vital que ronda os 6 meses. A semeadura
das favas faz-se diretamente no solo, enterrando 2 ou 3 favas secas com uma
profundidade de aproximadamente 3 cm, e com um espaço de separação entre si de uns
30 a 35 cm. As favas não gostam de uma adubação muito azotada, por isso eu prefiro
usar pouco composto, delinear regos e então semear as favas, mas podem optar
por buracos. Depois de germinar pode demorar até 6 a 7 meses para a colheita das
primeiras favas.
As favas gostam de
uma boa exposição solar e principalmente protegidas dos ventos fortes, sendo importante
criar uma estrutura com cordas que permita amparar as favas. Uma dica
importante é após a floração, cortar o topo das favas, de modo a evitar o
aparecimento do pulgão preto, dado que este surge quando a temperatura aumenta,
alimentando-se das partes mais jovens da planta. Este ano, o pulgão verde foi o
primeiro a aparecer, como mostra a fotografia. Para combater esta praga ainda
no início, pulverizei as favas com uma solução de sabão azul e macerado de urtiga,
tendo especial atenção de atingir o pulgão com um jato forte da solução para
lavar a planta. Quando o tempo aquecer, convém regar com alguma regularidade,
de modo a manter a planta hidratada.
É possível colher
as favas quando as vagens estão bem recheadas, com uma cor bem verde. Colhemos,
retiramos a fava da vagem e mantemos a camisa. Nesta fase, podem ser diretamente
cozinhadas ou congeladas. De modo a colher a semente de fava, a planta deve
maturar completamente, e só então colher a fava e guardar num local seco e
escuro, para semear no próximo ano. Não convém guardar mais do que um ano, pois
perdem a capacidade germinativa.
As favas, assim
como outras leguminosas, são um excelente adubo verde, isto é, a sua cultura
melhora a composição mineral da terra ao enriquecê-la com azoto. O azoto é um
mineral essencial ao crescimento de todas as plantas, no caso das leguminosas
ele é obtido através de um processo de simbiose com as bactérias do género Rhizobium,
comummente chamadas de Rizóbio. Estas bactérias encontram-se associadas às
raízes das leguminosas, fixam o azoto atmosférico e convertem-no numa forma
biologicamente ativa para as plantas. É importante referir que presença de
minerais no solo favorece este processo de simbiose, contudo em solos muito
adubados com azoto este processo é inibido. Como as leguminosas possuem a
capacidade de reter o azoto no solo, após a sua cultura é importante cortar a
planta pelas raízes e deixar que estas permaneçam no solo. Caso não seja possível,
adicionar ao composto é uma alternativa, contudo se queimadas não retêm
qualquer azoto.
As favas não ocupam
muito espaço na horta, como são semeadas no Inverno, não requerem muita água e
junto a um muro, ficam mais protegidas do vento. É importante a manutenção das
pragas com chorume de urtigas e eventualmente sabão azul. Para finalizar, as
favas são um excelente adubo verde, e complementam tão bem a cozinha primaveril!
REFERÊNCIAS E MAIS INFORMAÇÃO
“Uma horta para
ser feliz” de Marc Estévez Casabosch
Que bom podermos plantar as nossas próprias favas, a flor é linda e ver as vagens cheias de favas é muito compensador.
ResponderEliminarSem dúvida, verdadeiros tesouros da Natureza que nos enchem a alma :) Que bom podermos partilhar estes momentos. Obrigada
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